Descrição
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Ficha Técnica
Lagosta Filtradora 4-6cm
Nome em português: Camarão-filtrador africano, Camarão-negro, Lagosta filtradora, além de nomes regionais (como Coruca)
Nome em inglês: Gabon Shrimp
Nome científico: Atya gabonensis Giebel, 1875
Origem: Face atlântica da África, América do Sul
Tamanho: machos adultos chegam a 14 cm
Temperatura da água: 23-28° C
pH: 6.5-7.6
Dureza: média a dura
Reprodução: primitiva, necessita de água salobra para as larvas
Comportamento: pacífico
Dificuldade: médio
Apresentação
Das onze espécies de Atya, duas ocorrem no Brasil, A. scabra e A. gabonensis. Estas duas também são as únicas ocorrendo no continente americano e africano, estudos moleculares recentes (2017 e 2021, usando marcadores nucleares e mitocondriais) confirmam tratar-se cada uma de espécies válidas, anfi-Atlânticas. Tradicionalmente este fato era considerada uma prova da separação dos continentes na era Mesozóica, mas cada vez mais aceita-se como mais provável que haja dispersão do estágio larval marinho entre os dois continentes.
Este animal tem importância econômica em algumas regiões da África, fazendo parte da alimentação de populações ribeirinhas. Porém, de forma curiosa, algumas comunidades pesqueiras (como os pescadores Ijaw do Rio Osse) evitam a coleta destes animais, que são considerados “espíritos protetores” dos camarões.
Às vezes é encontrado à venda como “lagosta filtradora”, talvez pelo seu grande tamanho e aspecto impressionante das primeiras patas ambulatórias, parecidas com garras (um nome alternativo em inglês é “vampire shrimp”). Mas é um nome errôneo, é uma espécie de camarão, parente dos pequeninos Potimirim e Caridina.
Etimologia: Atya vem do nome do rei mitológico grego Atys; gabonensis significa nativo do Gabão.
Origem
O Atya gabonensis ocorre na face atlântica da África e América do Sul. Na África pode ser encontrada desde o Senegal ao Zaire, (principalmente nas bacias dos rios Niger e Volta), e na América ocorre no Suriname, Venezuela e Brasil (Piauí, Alagoas, Sergipe e São Paulo).
Vive em rios com rápida correnteza e alta concentração de oxigênio, geralmente com substrato rochoso. São mais raros do que os A. scabra.
Suas larvas têm parte do seu ciclo de vida em água salobra, desta forma ocorrem somente em rios conectados ao mar. Pelo mesmo motivo, não são comuns em locais muito afastados da costa.
Aparência
São camarões grandes e robustos (machos atingem 14 cm, fêmeas 9 cm), corpo relativamente curto e volumoso se comparado com outros camarões, com cabeça desproporcionalmente pequena. Os dois primeiros pares de pernas são adaptados para filtrar a água e capturar alimentos em suspensão, com tufos de pêlos em forma de leque nas extremidades. As primeiras pernas ambulatórias são grossas e com espinhos curtos, para se ancorar firmemente ao substrato, por viverem em locais de forte correnteza.
Rostro bem curto. A carapaça possui os espinhos antenal e pterigostomal, mas este último atrófico, um sinal que ajuda na sua distinção do A. scabra.
Mostra uma coloração cinza escura, pode ser puxado para marrom ou azul, com um aspecto monótono, sem padronagens.
A distinção de exemplares maiores com o Atya scabra geralmente é fácil, e baseada nos seguintes aspectos: Um padrão mais esculturado da carapaça, mesmo em juvenis, com cristas e carenas longitudinais junto à cabeça. Numa visão ventral do abdômen, o esterno do quinto segmento abdominal mostra uma projeção mediana curva, orientada posteriormente, semelhante a um chifre. Este ultrapassa a metade do sexto segmento, inclusive limitando a flexão neste local. Mostra um bico ocelar, que é uma proeminência alongada entre os olhos, parece uma lâmina. Seu telso é mais largo e quadrado.
Em exemplares juvenis pode ser difícil esta distinção, inclusive pode haver confusão também com Potimirim se forem animais muito pequenos.
Curiosamente indivíduos das populações africana e americana destes camarões são idênticos, indistinguíveis.
Parâmetros de Água
Originam-se de rios e córregos com rápida correnteza, e alta concentração de oxigênio, demandando estas condições mesmo em aquários. Em tanques sem correnteza, irão procurar locais com maior movimentação de água, geralmente se alojando junto à saída de filtros.
É uma espécie relativamente sensível, em especial em relação à dureza da água (ao contrário do A. scabra), vivendo melhor em águas de dureza moderada a alta (GH de 6-20º). A temperatura ideal é entre 23 e 28° C, pH de 6,5 a 7,6. Como outros camarões, são bastante sensíveis a compostos nitrogenados, e metais pesados são mortais para estes animais.
Dimorfismo Sexual
Não é muito evidente, as fêmeas tendem a ser menores, e possuem pleuras abdominais arqueadas e alongadas, formando uma câmara de incubação. Também podem ser diferenciados pela análise dos órgãos sexuais, mas isto é bem difícil em animais vivos.
Algumas fontes descrevem que a primeira perna ambulatória é maior e mais robusta nos machos, talvez tendo um papel em disputas hierárquicas entre machos.
Comportamento
Pacíficos, não brigam com outros animais nem com camarões da mesma espécie. Tornam-se vulneráveis após a ecdise, quando podem ser atacados por animais mais agressivos. Alguns autores descrevem um comportamento gregário, especialmente em indivíduos jovens.
Hábitos noturnos, principalmente adultos. O aquário deve proporcionar esconderijos para que possam se esconder durante o dia. Podem cavar tocas rasas no substrato, geralmente sobre rochas. São “desengonçados”, podem arrancar plantas e desorganizar o layout do tanque.
Alimentação
Alimentação onívora e detritívora, filtrando material orgânico com suas patas adaptadas. Com movimentos contínuos de preensão, partículas em suspensão são coletadas, e levadas à boca.
Por este motivo, vive melhor em tanques antigos e bem maturados, com maior riqueza de microalgas e zooplâncton. Porém, sua dieta deve ser complementada com pequenos animais como Artêmias e Dáfnias, além de ração industrializada pulverizada.
Fonte: planetainvertebrados.com.br
Imagem ilustrativa caso queira um video do animal entra em contaro via whatsapp
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